A melhor/pior fase da vida é quando descobrimos nossos sentimentos. Não estou falando daquele amor que você tem pelos seus pais, ou o ódio que tem da vizinha chata. Falo do amor que de uma hora para outra brota no seu coração e enraíza no seu cérebro. Sabe, aquela sensação boa de levitar, de cultivar flores e sentir as borboletas voando no estômago. Mais e quando a levitação de te faz cair? Quando as flores secam? Quando as borboletas morrem? O que você faz?
Quando tudo isso aconteceu comigo, quando eu cai de cara e vomitei minhas borboletas mortas, resolvi que ia cultivar borboletas menos estúpidas, me dei conta também que a raiva não anestesia a dor nem a faz ficar em segundo plano. A dor só fica ali, esperando pra ser sentida. E ela deve ser sentida.
Todas as noites, eu fazia um teste comigo mesma, repetia três vezes o nome dele e de sua namorada em um intervalo de três segundos, e meu coração doía todas as vezes. Ele dava uma batida surda e depois parecia procurar espaço para bater forte de novo. E batia.
Batia por que novos casulos estavam em mim, e dessa vez eu me certifiquei de ir com cuidado. Tenho novos botões de flores, e meu batimento cardíaco está normal, esperando algo que o faço explodir.
Sinta sua dor, retire as borboletas sem vida, e supere. Supere tudo.
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