quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Teu Romeu



Ele ama. Ama intensamente. Com cada fibra de seu corpo.
Ele se importa, como você nunca verá alguém se importar. Ele sente, ele grita, ele xinga. 
E ele sorri.
Ele segura tuas mãos, beija tua testa, sorri timidamente e cuida de você.
E continuas aí, presa no teu mar de solidão, se agarrando a cada último instante do passado, sem ao menos se importar com o que ele tem a dizer. E ele diz.
Ele proclama, ele recita, ele versa, e a cada último verso, ele te olha nos olhos. E onde você está? Sentindo por um passado que nem é mais teu, nem nunca foi.
Ele versa sobre a lua, consegue licença poética para dizer que tu brilhas mais que o sol, te admira na penumbra. 
Mas onde está você? Tão agarrada a um coração partido, a um desamor, uma dor.
E ele diz: Se jogue, meu bem, eu estarei aqui. Nem que tu quisesses cairias.
Tu escutas, mas não ouve. Nunca ouvistes, e até hoje, só esperas a tua vez de falar.
E tu só vê. Não enxerga. Nunca enxergou.
Ele não. Ele sorri cada vez que você conta uma história. Ele te vê, e sabe que te observaria para sempre. Ele enxerga cada ângulo do teu rosto, admira cada sinal, cada expiração, cada unha por fazer.
E ele te ama. 
Mas e tu? Quando soltará o passado?


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